Conflitos

 

Da poesia de rima rica
A minha é pobre
Tal qual a criada fica
Frente a governanta nobre

Microconto #30

No chuveiro do vestiário, Roberto, escolhia seu novo pretendente ao cair de um sabonete.

Maria

Maria era simples.
Passadeira, lavadeira
Esfregava as roupas no tanque, com uma força mutante.

Maria era amante.
Namoradeira, paqueradeira
Conquistava um amor relutante, com um olhar brilhante.

Maria era raivosa.
Encrenqueira, zombeteira
Chegava no bar de modo alarmente, e descia seu braço impactante.

Assim Maria vivia.
Arteira, brasileira
Se aproximou com o seu abc perseverante, roubando esse nosso instante.

Microconto #29

Sentiu pela primeira vez algumas dores em um lugar que mal conhecia. Então, triste, constatou que esse tal de amor realmente é dor.

[De]Cadência

 

O segredo do bamba é a decadência do amor 
Com notas de ré, emoção e dedilhado 
E em mãos cheias de dor,
Surge a cadência de um samba tão abençoado 


O segredo do bamba é a emoção e dedilhado
Com notas de ré um samba tão abençoado
E em mãos cheias de decadência do amor,
Surge a cadência de uma dor


* Na foto Cartola 

Melhor dar férias ao amor

Se olhou no espelho e com seu reflexo desandou, seu amor deixou e seu sorriso amargou.
Nas loucuras do dia-a-dia mergulhou e, de cabeça racionalizou o fruto de alguém que murchou. 
Se achou, amadurecida, destemida. 
A fase de amar agora passou despercebida.
Atrevida, queria usar de sedução, mas tinha uma condição:

A de o outro olhar seu reflexo, desandar, o sorriso amargar e a cabeça racionalizar.
Para enfim, abandonar.

E espalhou. 
Agora neste mundo este sentimento acabou e resta a discórdia que deixou. 

Para esse alguém que um dia a amou e foi deixado, a redenção é seu legado. 
Talvez voltar no tempo. 
E proteger o fruto que secou, naquela alvorada.
Dar férias ao amor que um dia vai lhe deixar.

E num outro dia voltar a amar.

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