Microconto #47

Retalhou uma enorme colcha com os pedaços mais infames de sua vida.

Cansada


Cansei de ser tão só
Na infeliz busca da felicidade
Um pesadelo de bons sonhos
Em busca da eternidade

Tentarei dificilmente seguir teus passos
Amar, viver, mesmo sem te ver
Para não cair novamente
Nesse poço de amargura

O tempo é meu inimigo
Pois depois do acontecido
Passa tão devagar
Ah! Não sei se vou aguentar


Se não tenho a imortalidade viva
Quem sabe a alcançarei
E perto de você descansarei
Para olharmos nosso eterno amor
E ter sempre seu calor

Microconto #46

- Descobri! O que me faz passar pelas paredes é essa tinta nova que você passou, não é pai?

- ... 
- Pai?

Microconto #45

Deixou em seu chapéu algumas lembranças. Pena que ninguém o quis usar.
E assim, se vai a memória de mais um andarilho esquecida no ar.

Virada da chuva

Pedi um tema ao @carrico, para publicar um texto. O tema sugerido foi "chuva na virada do ano" e eis que surgiu uma, singela, pseudo-crônica:

Mais uma virada de ano. Parece que cada ano que passa fico calejado em não comemorar tanto assim.
Me lembro que no antepenúltimo ano, estava tudo um caos, trabalhando muito, ganhando pouco, desiludido e comemorando por ter passado o ano sem nenhuma DP na faculdade.
Fora um ano sofrido, e na virada sempre tinha uma chuvinha.
Já no penúltimo ano, parecia que as coisas estavam piores, sem trabalho, o dinheiro contadinho na conta e dívidas muitas dívidas. Estudando muito para o TCC e minha mãe ajudando com a conta da faculdade, menos uma para me preocupar. Tinha arranjado uma namoradinha, mas não estava disposto a amar.
Fora um ano mais difícil, e mais uma vez um reveillon com chuva.
Ah! Mas este ano não foi tão ruim assim, estava trabalhando, mesmo sabendo que no 5º dia do novo ano estaria desempregado. Acabou a faculdade,  não tenho mais contas para pagar. Aquela namoradinha lá, se foi com o TCC, reclamou  que eu não tinha tempo para ela, logo quando me dispus a amá-la.
É! Nem sempre tudo pode ficar bem.
Fora um ano melhor, mas sem muitas comemorações! 
Eu comemorei mais, quando senti novamente a chuvinha em meu ombro, inacreditavelmente, ela sempre me acompanha no velho e no novo ano,  um chorinho, sem gritarias de trovões e sem se debater em raios.
Talvez ela sempre quis me mostrar a chance que eu tenho de continuar, mesmo quando não se há muito o que comemorar, e só agora pude me tocar.

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